medo
vergonha
fraqueza
tão triste
é a falta de
destreza
que ao se corromper
o coração,
de pedra,
vira pó.
fraqueza
medo
vergonha
de um brilho
que reflete a si mesmo
medo?
só do sol.
quente
vivo
lindo
e só.
só se pode sentí-lo
ao longe.
nada que lhe toca
lhe apetece:
queima
sobra
vira pó.
será tudo feito de
pedra?
será tudo tornado
pedra,
pó?
pó...
po...
põe...
poe...
poema.
só no reflexo
de um poema
o pó,
em que tudo foi
transformado pelo
sol,
pode tocar
o sol … só.
mas a lua
reflete o sol...
prá ciência
porque na foto,
na arte
e na poesia
brilha majestosa
a dilacerante: lua.
que incólume
permite o brilho
porque permite ser
olhada,
vista
poetizada.
a quem chega
o brilho do sol,
que tanto ofusca a
visão?
sabiamente,
disso sabe a ciência,
seu brilho
só pode ser visto,
pelo anteparo que é a
lua.
mas a lua é isso:
brilho do sol?
talvez fosse,
se assim fosse contada
e cantada
em verso
rima e prosa...
majestade não
se faz
sob a égide de nenhum
rei.
quem é o sol?
sua luz não lhe
permite
nem ser visto.
quem a lua?
esta, translúcida
ao nascer.
essa, prateada
lá no alto.
aquela, enorme
quase escarlate ao se
por.
e se põe,
porque é força,
maré e vento.
se impõe,
porque é lua.
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