terça-feira, 10 de janeiro de 2012

quem brilhar?


medo
vergonha
fraqueza

tão triste
é a falta de
destreza

que ao se corromper
o coração,
de pedra,
vira pó.

fraqueza
medo
vergonha
de um brilho
que reflete a si mesmo

medo?
só do sol.
quente
vivo
lindo
e só.

só se pode sentí-lo
ao longe.
nada que lhe toca
lhe apetece:
queima
sobra
vira pó.

será tudo feito de pedra?
será tudo tornado pedra,
pó?

pó...
po...
põe...
poe...
poema.

só no reflexo
de um poema
o pó,
em que tudo foi transformado pelo
sol,
pode tocar
o sol … só.

mas a lua
reflete o sol...
prá ciência

porque na foto,
na arte
e na poesia
brilha majestosa
a dilacerante: lua.

que incólume
permite o brilho
porque permite ser
olhada,
vista
poetizada.

a quem chega
o brilho do sol,
que tanto ofusca a visão?

sabiamente,
disso sabe a ciência,
seu brilho
só pode ser visto,
pelo anteparo que é a lua.

mas a lua é isso:
brilho do sol?

talvez fosse,
se assim fosse contada
e cantada
em verso
rima e prosa...

majestade não
se faz
sob a égide de nenhum rei.

quem é o sol?
sua luz não lhe permite
nem ser visto.

quem a lua?
esta, translúcida
ao nascer.
essa, prateada
lá no alto.
aquela, enorme
quase escarlate ao se por.

e se põe,
porque é força,
maré e vento.
se impõe,
porque é lua.

                                                          nani 11 de janeiro de 2012 (para di-ego).

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