hai-kai pra vc
Janela abre
borboletas
estômago voa
Nanda
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
É uma des-culpa.
Não foi do vinho
nem das velas
que se fez a noite
Foi da vontade
silenciada
que gritava no olhar
Foi da umidade
aquecida
pelas pestanas
ao se fecharem
Dos olhos sorrateiros
que não obedeciam
e teimavam em piscar,
fechar
dormir.
Cadê o meu corpo
que não era meu?
Ainda não o cheiro
os lábios
o abraço
A voz enternecida
que tentei fazer
sufocava no peito
a des-culpa,
dez-culpas,
desculpa,
que tive medo de ter.
Não, não foi o vinho.
Ele não existiu – o
vinho.
Foi a fumaça.
Que some fácil e
dissipa no ar
como a des-culpa quer
fazer.
moi. 12 de dezembro de 2011.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
hai - kai da garoa.
garoa constante
terra molhada
frio!
nani 20 de outubro, primavera chuvosa, 2011.
sábado de sol
estrada
casa
rede
ônibus
não-dinheiro
caminhada
acaso...
caso
sol:
gente
fumaça
mar
brilho
mergulho
frescor
azul
reflete amarelo
ah...mar!
nani 29 de outubro,sol-primavera - 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sábado, 24 de setembro de 2011
Cioran
Da Romênia para o mundo,
Nas angústias foi a fundo,
Senhor Emil, aforismos na jugular,
Da lucidez ao mal-estar...
Insistente na existência,
Taciturno com transparência,
Mil vertigens de sua pena,
É o chagrin que vem à cena...
Cáustico como um tumor,
Do viver ele fez dor,
Corrosivo como ferrugem,
A alegria ele pôs à margem...
Pessimismo, Realismo,
Niilismo, Inconformismo,
Palavras faltam para qualificar
O sóbrio sentimento de pesar...
Fizeste tu, Cioran, da escrita,
Elegia propriamente dita,
Tornando-as íntimas como irmãos siameses,
Que sempre partilharão seus reveses...
Marcelo Primo
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
hai-kai do "nãodeu".
elevador em queda
livre, o coração sai
pela boca
e cai.
nani 21 de setembro de 2011.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Sabor da infância
Mora na saliva azeda
cor de rosa
Passeia por outros mundos
e sabores
Descansa na saudade em
meio aos bancos da praça e
tardes azuis
É rosa doce, azeda!
Tem cheiro e sabor
de pitanga.
Nanda.
domingo, 11 de setembro de 2011
constatação.
o menino
que solta a pipa,
não pensa em nada.
é todo ele pipa,
linha
e vento.
sábado, 10 de setembro de 2011
n dA a dEclArAr?
nada a declarar.
nenhuma satisfação
há...
a dar
só o vento suave
na pele
só o sereno
do verão
do inverno
do outono...
só
me falta
a prima
vera.
verdade, juro.
verídico.
o veredito então foi dado:
dados os fatos,
que venha a primavera.
então não há
de fato,
dada a sentença,
nada a declarar.
fez-se a primavera.
e a prima,
vera, deveras,
fez-se mulher.
nani 10 de setembro de 2011.
domingo, 14 de agosto de 2011
Sociedade dos Poetas por vir: Era pra ser amor
Sociedade dos Poetas por vir: Era pra ser amor: "Em minha tez lívida faz-se a oração: O amor é um sangue que lava a alma Que fere a carne e lava a alma Q ue foge do peito e lava a alma ..."
o buteco.
"ki batida"
chega o pedinte
eu digo não
mais uma mentira
minha ou dele?
Tudo é uma farsa
O casal finge se divertir
É quinta à noite
E a mesa ao lado
Parece mais interessante que a vida deles.
Que mentiras contam?
O que falam?
Ah!
Dou um trago na cerva
e me aproximo mais
Do que é verdade prá mim.nani 14/07/11
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
c'est pour moi!
Tem coisas
que só comigo mesma
que só eu faço
sinto
em qualquer lugar onde
sou
Coisas que não acontecem
quando não da minha
presença.
porque
só
eu.
Porque sou minha casa
E meu coração
é meu lar.
nani. 07/08/11
domingo, 26 de junho de 2011
ao jun-h-o.
prá que pensar em algo mais com essa lua da meia noite?
tudo se justifica com a lua cheia...
sobretudo andar pelas noites desertas,
dividindo o espaço com os gatos sorrateiros que se esgueiram pelas esquinas.
o quê disputar?
a rua é de todos que se propõem a se jogar na noite,
sob o luar,
entre a neblina.
a fuga é só do frio,
mas até ele conforta.
nunca fiquei tão feliz com esse frio
e essa lua.
nani
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Um passado sem data e sem título.
Mais silêncio
Para mais fala,
Para mais silêncio.
Para o rancor que não cala.
Desamor,
Covardia,
Coragem...
Tudo se perde,
Numa explicação inexistente.
Tão estúpida é a situação
que nem tem rima.
nani.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Ainda ela.
… e era uma chama,
uma chamazinha acesa
no fundo do buraco
onde a Alice nunca entrou.
A chama se consumia
fungindo de si mesma,
ao mesmo tempo em que
fugia para si mesma.
No desespero prá se salvar
a chamazinha começou a chorar.
Seu choro esparramou-se pelo chão;
o chão fundo ela encheu;
e no seu choro,
a chamazinha se apagou.
E de lá,
onde o fundo do chão
nunca chegou,
a chamazinha chama:
- Musas! Estou aqui. Venham se apresentar!
Nani,
para Nanda.
Para ela.
Rasgada, desnuda
bravou seu peito
ao mundo e revelou
seus medos
Por dentro, bate um ferro cravado
Nas veias carrega a força, os desejos
Em pequenos pedaços
estilhaça sua pele ao vento
como se gritasse sua existência
cada fio de cabelo carrega um dia,
um passado
E ela geme para a noite
refugiando em seus delírios
o que passou
O que sobrou nela não é somente a dor
há amor, uma casa com plantas, cantos de
pássaros solitários
Nas paredes amarelas brilham as doçuras das lembranças
nas palavras de Vinícios "que seja eterno enquanto dure, posto
que ainda é chama" .
nanda
p/ nane
bravou seu peito
ao mundo e revelou
seus medos
Por dentro, bate um ferro cravado
Nas veias carrega a força, os desejos
Em pequenos pedaços
estilhaça sua pele ao vento
como se gritasse sua existência
cada fio de cabelo carrega um dia,
um passado
E ela geme para a noite
refugiando em seus delírios
o que passou
O que sobrou nela não é somente a dor
há amor, uma casa com plantas, cantos de
pássaros solitários
Nas paredes amarelas brilham as doçuras das lembranças
nas palavras de Vinícios "que seja eterno enquanto dure, posto
que ainda é chama" .
nanda
p/ nane
sábado, 30 de abril de 2011
sábado, 23 de abril de 2011
onde está a santidade do feriado santo?
ruas vazias
cheias de fantasma
sol quente nas idéias
alma apertada.
dor, raiva ou medo.
qualquer coisa serve
desde que não seja nada.
onde está
a santidade do feriado santo?
nani
sexta-feira, 15 de abril de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Lares??
De lá pra cá
Subo e desço
ruas, escadas
ladeiras, dias
Mochila nas mãos
sol na cabeça
chuva nos pés
Em qual porta entrar?
Nanda
Subo e desço
ruas, escadas
ladeiras, dias
Mochila nas mãos
sol na cabeça
chuva nos pés
Em qual porta entrar?
Nanda
sábado, 26 de março de 2011
Um samba sobre as crianças
Em minha casa
brotam flores de
cores azuis, amarelas
e eu
Os seus cheiros fortes
transbordam como águas
correntes
Inundando a morada de vida
Por lá, descobriram
modos de cultivar a
alegria em tons
chorosos
Há crianças,meninos,
por todos os lados
O menino mais velho
tem asas e cabelos de anjo
O segundo, larga passos de dança
E Pedro, a toda hora faz um samba
Nanda
Para meus pequenos: Raniery, Arthur e Pedro
brotam flores de
cores azuis, amarelas
e eu
Os seus cheiros fortes
transbordam como águas
correntes
Inundando a morada de vida
Por lá, descobriram
modos de cultivar a
alegria em tons
chorosos
Há crianças,meninos,
por todos os lados
O menino mais velho
tem asas e cabelos de anjo
O segundo, larga passos de dança
E Pedro, a toda hora faz um samba
Nanda
Para meus pequenos: Raniery, Arthur e Pedro
terça-feira, 22 de março de 2011
domingo, 6 de março de 2011
Acédia.
Não espero nada dos outros, tampouco de mim,
Não pedi para nascer, e vou ter um fim,
Solilóquios comigo mesmo, como um Anarca,
Ó viver, tarefa árdua...como uma eterna ressaca.
Na trilha de Jünger, Mäinlander e Cioran,
Conviver, dialogar... tornou-se um vazio afã,
Tento louvar a vida, mas a vida não se afirma,
O Nada se esparrama, de baixo a cima.
Sigo meus passos, pleno de vazio,
A acédia perpassa-me, como um rio,
Espraiando-se em um desejo de nada desejar...
Marcelo Primo
Projetos de vida cheiram a non-sense,
Abdico, já que nada a mim pertence,
Como um lobo da estepe, só me resta vagar...
Não pedi para nascer, e vou ter um fim,
Solilóquios comigo mesmo, como um Anarca,
Ó viver, tarefa árdua...como uma eterna ressaca.
Na trilha de Jünger, Mäinlander e Cioran,
Conviver, dialogar... tornou-se um vazio afã,
Tento louvar a vida, mas a vida não se afirma,
O Nada se esparrama, de baixo a cima.
Sigo meus passos, pleno de vazio,
A acédia perpassa-me, como um rio,
Espraiando-se em um desejo de nada desejar...
Marcelo Primo
Projetos de vida cheiram a non-sense,
Abdico, já que nada a mim pertence,
Como um lobo da estepe, só me resta vagar...
domingo, 20 de fevereiro de 2011
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Bordar Palavras
Sentada ao pé do vento
Cosia palavras resplandecentes
Em cada traço, um corte, uma medida
Em cada linha, uma cor
um cheiro, um perfume
Regando palavras para o encontro da noite
Alinhava o ponto certo
Dobrava pontas soltas
Pinçava caminhos
A noite, por entre as mãos do vento
Soltava palavras
Bordava encantos
nanda
p/ nane
Cosia palavras resplandecentes
Em cada traço, um corte, uma medida
Em cada linha, uma cor
um cheiro, um perfume
Regando palavras para o encontro da noite
Alinhava o ponto certo
Dobrava pontas soltas
Pinçava caminhos
A noite, por entre as mãos do vento
Soltava palavras
Bordava encantos
nanda
p/ nane
sábado, 5 de fevereiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
ESPERA
A chuva que cai
rompre o instante da
solidão
Porta fechada
barulho ao nada
somente o vento
semea
Ao longe o mar rega
o dia de reza
o dia de reza
e o azul profundo
caminha no céu
Nanda
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