segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011


















pingos na estrada

janela molhada

noite ácida!!!

                                   nani.           20 de novembro de 2011.

É uma des-culpa.





Não foi do vinho
nem das velas
que se fez a noite

Foi da vontade
silenciada
que gritava no olhar

Foi da umidade
aquecida
pelas pestanas
ao se fecharem

Dos olhos sorrateiros
que não obedeciam
e teimavam em piscar,
fechar
dormir.

Cadê o meu corpo
que não era meu?

Ainda não o cheiro
os lábios
o abraço

A voz enternecida
que tentei fazer
sufocava no peito
a des-culpa, dez-culpas,
desculpa,
que tive medo de ter.

Não, não foi o vinho.
Ele não existiu – o vinho.
Foi a fumaça.
Que some fácil e dissipa no ar
como a des-culpa quer fazer.

                                                   moi. 12 de dezembro de 2011.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

como um sonho de padaria?

dormi: 
sonhei que comia um sonho.
acordei:
fui na padaria
e o padeiro disse:
"o sonho acabou!"

                              nani 05 de novembro de 2011.

sábado, 29 de outubro de 2011

hai - kai da garoa.

garoa constante
terra molhada 
frio!
 
nani                  20 de outubro, primavera chuvosa, 2011.

sábado de sol

estrada
casa
rede

ônibus
não-dinheiro
caminhada


acaso...
caso
sol:


gente
fumaça
mar

brilho
mergulho
frescor

azul
reflete amarelo
ah...mar!

                          nani                                 29 de outubro,sol-primavera - 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

hai-kai da aprendiz


Olhos, papel e caneta

tempo passando

um branco.


nanda.

sábado, 24 de setembro de 2011

Cioran


Da Romênia para o mundo,
Nas angústias foi a fundo,
Senhor Emil, aforismos na jugular,
Da lucidez ao mal-estar...


Insistente na existência,
Taciturno com transparência,
Mil vertigens de sua pena,
É o chagrin que vem à cena...

Cáustico como um tumor,
Do viver ele fez dor,
Corrosivo como ferrugem,
A alegria ele pôs à margem...

Pessimismo, Realismo,
Niilismo, Inconformismo,
Palavras faltam para qualificar
O sóbrio sentimento de pesar...


Fizeste tu, Cioran, da escrita,
Elegia propriamente dita,
Tornando-as íntimas como irmãos siameses,
Que sempre partilharão seus reveses...

                                                    Marcelo Primo

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

hai-kai do "nãodeu".

elevador em queda

livre, o coração sai pela boca

e cai.


                                              nani    21 de setembro de 2011.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sabor da infância


Mora na saliva azeda
cor de rosa
Passeia por outros mundos
e sabores
Descansa na saudade em
meio aos bancos da praça e
tardes azuis
É rosa doce, azeda!
Tem cheiro e sabor
de pitanga. 

Nanda.


domingo, 11 de setembro de 2011

constatação.

o menino 
que solta a pipa,
não pensa em nada.

é todo ele pipa,
linha
e vento.

nani. 11 de setembro de 2011.

sábado, 10 de setembro de 2011

n dA a dEclArAr?

nada a declarar.
nenhuma satisfação
há...
a dar

só o vento suave
na pele
só o sereno
do verão
do inverno
do outono...

me falta
a prima
vera.

verdade, juro.
verídico.
o veredito então foi dado:
dados os fatos,
que venha a primavera.

então não há
de fato,
dada a sentença,
nada a declarar.

fez-se a primavera.
e a prima,
vera, deveras,
fez-se mulher.

nani 10 de setembro de 2011.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

HAI-KAI PARA O QUINTANA

paratodos
atravancando
passarinho.

                     nani 05/09/2011

domingo, 14 de agosto de 2011

Sociedade dos Poetas por vir: Era pra ser amor

Sociedade dos Poetas por vir: Era pra ser amor: "Em minha tez lívida faz-se a oração: O amor é um sangue que lava a alma Que fere a carne e lava a alma Q ue foge do peito e lava a alma ..."

o buteco.

"ki batida"

chega o pedinte

eu digo não

mais uma mentira

minha ou dele?

Tudo é uma farsa
O casal finge se divertir
É quinta à noite
E a mesa ao lado
Parece mais interessante que a vida deles.

Que mentiras contam?
O que falam?

Ah!

Dou um trago na cerva
e me aproximo mais
Do que é verdade prá mim.

nani 14/07/11

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

c'est pour moi!

Tem coisas
que só comigo mesma
que só eu faço
sinto

em qualquer lugar onde 

sou

Coisas que não acontecem
quando não da minha
presença.

porque 


eu.

Porque sou minha casa

E meu coração 

é meu lar.


nani. 07/08/11

domingo, 26 de junho de 2011

ao jun-h-o.

prá que pensar em algo mais com essa lua da meia noite? 
tudo se justifica com a lua cheia...
sobretudo andar pelas noites desertas,
dividindo o espaço com os gatos sorrateiros que se esgueiram pelas esquinas. 
o quê disputar?
a rua é de todos que se propõem a se jogar na noite,
sob o luar,
entre a neblina. 
a fuga é só do frio, 
mas até ele conforta. 
nunca fiquei tão feliz com esse frio
e essa lua.
 
nani

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Um passado sem data e sem título.

Mais silêncio
Para mais fala,
Para mais silêncio.

Para o rancor que não cala.

Desamor,
Covardia, 
Coragem...

Tudo se perde,
Numa explicação inexistente.

Tão estúpida é a situação
que nem tem rima.

nani.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ainda ela.


… e era uma chama,
uma chamazinha acesa
no fundo do buraco
onde a Alice nunca entrou.

A chama se consumia
fungindo de si mesma,
ao mesmo tempo em que
fugia para si mesma.

No desespero prá se salvar
a chamazinha começou a chorar.
Seu choro esparramou-se pelo chão;
o chão fundo ela encheu;
e no seu choro,
a chamazinha se apagou.

E de lá,
onde o fundo do chão
nunca chegou,
a chamazinha chama:
- Musas! Estou aqui. Venham se apresentar!




Nani,
para Nanda.

Para ela.

Rasgada, desnuda
bravou seu peito
ao mundo e revelou
seus medos

Por dentro, bate um ferro cravado
Nas veias carrega a força, os desejos

Em pequenos pedaços
estilhaça sua pele ao vento
como se gritasse sua existência
cada fio de cabelo carrega um dia,
um passado

E ela  geme para a noite
refugiando em seus delírios
o que passou

 O que sobrou nela não é somente a dor
há amor, uma casa com plantas, cantos de
pássaros solitários

Nas paredes amarelas brilham as doçuras das lembranças
nas palavras de Vinícios  "que seja eterno enquanto dure, posto
que ainda é chama" .

nanda
p/ nane

sábado, 23 de abril de 2011

onde está a santidade do feriado santo?

ruas vazias

cheias de fantasma

sol quente nas idéias

alma apertada.

dor, raiva ou medo.

qualquer coisa serve

desde que não seja nada.

onde está

a santidade do feriado santo?

nani

terça-feira, 29 de março de 2011

Lares??

De lá pra cá
Subo e desço
ruas, escadas
ladeiras, dias


Mochila nas mãos
sol na cabeça
chuva nos pés

Em qual porta entrar?

Nanda

sábado, 26 de março de 2011

Um samba sobre as crianças

Em minha casa
brotam flores de
cores azuis, amarelas
e eu

Os seus cheiros fortes
transbordam como águas
correntes
Inundando a morada de vida

Por lá, descobriram
modos de cultivar a
alegria em tons
chorosos

Há crianças,meninos,
por todos os lados

O menino mais velho
tem asas e cabelos de anjo
O segundo, larga passos de dança
E Pedro, a toda hora faz um samba

Nanda

Para meus pequenos: Raniery, Arthur e Pedro

terça-feira, 22 de março de 2011

ai...ai...

mal saiu
e já deixou
saudade
porque antes de chegar
já era parte de mim.

para nanda.

domingo, 6 de março de 2011





é no pé do morro
cheiro de barro
de gente

do pé do pó
do menino
velho
criança
fruta
madura
mulher

é bem em cima
perto do nada
cor azul céu
bem lá no cafundó...

nanda
p/
é no pé do morro é lá no cafundó (desa)

Acédia.

Não espero nada dos outros, tampouco de mim,
Não pedi para nascer, e vou ter um fim,
Solilóquios comigo mesmo, como um Anarca,
Ó viver, tarefa árdua...como uma eterna ressaca.


Na trilha de Jünger, Mäinlander e Cioran,
Conviver, dialogar... tornou-se um vazio afã,
Tento louvar a vida, mas a vida não se afirma,
O Nada se esparrama, de baixo a cima.


Sigo meus passos, pleno de vazio,
A acédia perpassa-me, como um rio,
Espraiando-se em um desejo de nada desejar...

Marcelo Primo

Projetos de vida cheiram a non-sense,
Abdico, já que nada a mim pertence,
Como um lobo da estepe, só me resta vagar...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bordar Palavras

Sentada ao pé do vento
Cosia palavras resplandecentes
Em cada traço, um corte, uma medida
Em cada linha, uma cor
um cheiro, um perfume


Regando palavras para o encontro da noite
Alinhava o ponto certo
Dobrava pontas soltas
Pinçava caminhos


A noite, por entre as mãos do vento
Soltava palavras
Bordava encantos

nanda
p/ nane

domingo, 16 de janeiro de 2011

ESPERA

A chuva que cai
rompre o instante da 
solidão

Porta fechada
barulho ao nada
somente o vento
semea

Ao longe o mar rega  
o dia de reza
e o azul profundo
caminha no céu

E assovia o tempo

Nanda