eu só podia ser aquela árvore ali,
bem perto do céu de um dia claro,
onde orvalhavam mangas as mangueiras...
eu a era, entre as sombras de um lar,
eu a queria ser, naquela sombra orvalhada.
aroma difuso e que nos confunde rio e mar.
terra e água somavam minhas tranças,
muitas vezes secas, em óleos aromáticos,
também confusas e imprecisas,
como a água que arde,
como o vento que empoeira,
e o frio, que muito seco,
e o calor, que muito seco.
mas era enfim a árvore no meio do lar,
em seu centro aromavam as mangas,
e o sabor da tarde de ser eu.
raposo.