terça-feira, 14 de dezembro de 2010

MUDANÇA?!

...e mudou?
as coisas são as mesmas
em outro lugar.
o mundo mudou
ou mudou!?

ah! se eu fosse 
raimundo
ou raimunda...

nani.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mudança II?

É a mesma casa
as mesmas paredes
os mesmos quadrados

O mesmo cheiro pequi
o mesmo quintal criança
o mesmo pé de goiaba
o mesmo chão batido

A mesma sinfonia dos pássaros
nas manhãs azuis
a mesma canção das balsas ao longe
descendo o corrente

Tudo exatamente igual
nada foi mudado
Em mim, a morada é a mesma
O tempo foi que passou, envelheceu...

nanda

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

para uma fé

eu só podia ser aquela árvore ali,
bem perto do céu de um dia claro,
onde orvalhavam mangas as mangueiras...

eu a era, entre as sombras de um lar,
eu a queria ser, naquela sombra orvalhada.
aroma difuso e que nos confunde rio e mar.

terra e água somavam minhas tranças,
muitas vezes secas, em óleos aromáticos,
também confusas e imprecisas,

como a água que arde,
como o vento que empoeira,
e o frio, que muito seco,
e o calor, que muito seco.

mas era enfim a árvore no meio do lar,
em seu centro aromavam as mangas,
e o sabor da tarde de ser eu.  

raposo.

única.

a geladeira está abrindo.
problema dela!
que tenho eu a ver com 
"a geladeira" se os problemas
metafísicos acerca do meu ser
não foram resolvidos?


a primavera está sendo.
o que importa prá mim
sequer é visualizado pelo outro.
foda-se a geladeira.
o frescor do vento
da sombra das árvores floridas 
com seu perfume
muito mais me apraz.


a geladeira só guarda defuntos
animais ou vegetais.
a primavera, no entanto,
os deixa e faz virem a ser.
porquê pensar na geladeira
se eu mesma não posso 
fazer gelo,
mas derretê-lo?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Silenciada Poesia

Eu calo poesias em meu silêncio
E contemplo a dureza das palavras
A sufocar o desejo contido

Refaço suspiros inscutáveis
E me reconforto na certeza 
de tê-las escorrendo entre 
minhas veias

É a arte como vulcão
Com suas chamas a engolir
Tudo que desabrocha em mim

É o medo da voz que não pára
Que grita em meus ouvidos
Que incendeia meus sentidos
Que enxerga o meu olhar

E, por mais que eu busque
Tocar apenas seus leves contornos
O seu grito me agarra a alma

nanda

domingo, 5 de dezembro de 2010

mudança?

muitas coisas
mudam.
outras 
tem possibilidade de 
mudar.
a muda
da árvore,
sempre vai mudar.
o meu peito 
mudo,
tem a possibilidade de
mudar.
muitas coisas
mudam.
outras
não mudam 
jamais.

nani

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

TEMPOS DE PRIMAVERA


a cidade em flores
algo cada vez mais raro.
a raridade, no entanto,
não se circunscreve ao âmbito
das árvores floridas...
as musas estão ausentes
mas as flores já anunciam o sinal
de sua chegada.

nani.
TEMPO DE FLORIDOS...

dias, de sol rasgando 
as curvas da cidade
de cheiro das cores guardadas
prontas para o encontro
das mãos, dos dedos, das palavras
eis que surge, a colheita da primavera

nanda