segunda-feira, 28 de abril de 2014

Mar

Homem do sertão, da cor cinza,
sentado na rede faz seu cigarro de palha.
Fim de tarde. Um trago e o silêncio.
Homem pequeno de olhar grande.
Um trago e a mesma respiração.
Pernas cruzadas, chinelos gasto pelo areião. 
Um trago, pés gastos pelo tempo,  como um balanço, cruzam o vento.
Um trago, a mesma pergunta:
- Como é o mar?
A mesma resposta:
- O mar é lindo! não tem fim!
Um silêncio, a fumaça...
Os olhos perdidos  na imensidão azul.
Homem sertanejo, que todo final de tarde, no ranger vagaroso dos carros de boi, sente a brisa do mar... 
Mais um trago.

Nanda

Para meu avô Joaquim, que toda vez que me via perguntava como era o mar
Acho que amo tanto o mar porque o vejo com os olhos dele.