Homem do sertão, da cor cinza,
sentado na rede faz seu cigarro de palha.
Fim de tarde. Um trago e o silêncio.
Homem pequeno de olhar grande.
Um trago e a mesma respiração.
Pernas cruzadas, chinelos gasto pelo areião.
Um trago, pés gastos pelo tempo, como um balanço, cruzam o vento.
Um trago, a mesma pergunta:
- Como é o mar?
A mesma resposta:
- O mar é lindo! não tem fim!
Um silêncio, a fumaça...
Os olhos perdidos na
imensidão azul.
Homem sertanejo, que todo final de tarde, no ranger vagaroso
dos carros de boi, sente a brisa do mar...
Mais um trago.
Mais um trago.
Nanda
Para meu avô Joaquim, que toda vez que me via perguntava como era o mar
Acho que amo tanto o mar porque o vejo com os olhos dele.