terça-feira, 9 de abril de 2013

Sem fim



Não tinha aprendido, até essa tarde, que é preciso chorar pra ser forte,

Atravessou todas as horas de suas dores transformando-se em rocha,

Apenas a chuva podia molhar as suas amarguras,

Pobre moça! Viu o mundo passando, os dias partindo
As estações correndo, e ela ali, parada, ressoando o que já não estava mais a sua volta.

Quis ir, tantas vezes, até as distâncias, aonde só o vento vai, e não pode! 
Quis ir pro seu balançar, para o sol sem fim, e não teve coragem!
Mas, naquela tarde, a dor explodiu em sua mão, e sentada a sombra da goiabeira, pois- se a chorar.  
O coração, que sempre dissimulou ser duro, se embebeceu de lágrimas e foi possível ver todas as cores que ainda guardava dos dias de alegria  e que  rompem no sem fim, já não estavam no seu caminho 
E chorou...
Atirou-se ao precipício e jorraram lágrimas, 

Para lavar o rosto, os olhos e os cílios que tantas vezes foram acariciados, onde respirava os sonhos...

E soube também que de sonhos não se vive.

Mais uma vez chorou, solitária e silenciosamente, vendo lágrimas talhando o chão. 
Rodeada de lamúrias e silêncio, o lamento baixinho ecoava para o mundo, fazia inundar a sua alma e ia encharcando todo o seu corpo, desfazendo suas vestes, diluindo a rocha que mantinha ali.

Olhou-se, se viu despida, transparente como as lágrimas escorrendo ao chão, virando lama e virando seiva, e descobriu, que ela mesma, era o único caminho a seguir... 



Nanda.