É tempo de dormência
e do não estar.
O ser, que é estar
no outro, desabita vagarosamente da matéria.
O corpo que, mesmo
não podendo andar, sempre foi livre. Agora, nada mais expressa, virou
silêncio...
E as dores dos dias são as únicas promessas de
vida.
O que resta é entoar
ao movimento das marés, ao gingado e ao bailado dos corpos, as miudezas das
flores e praças do interior que nos transformem em deuses.
Que é para entender
a dor de não saber, como e por que, a vida lentamente vai se desconfigurando
Já que, não basta olhar repetidamente pro céu,
como que implorando, que não cesse esse caminhar... ou buscar abrigo em cada
olhar desconhecido, em cada gota de chuva que vira oração.
Como seguir com a consciência de que estamos
aqui, e você já não nos sentir ?
Nanda