domingo, 16 de dezembro de 2012

Hai - Kai para Malu (na barriga)



 I

Ela pula, roda
Mexe,
Dá uma chutadinha!

 na verdade esse eu peguei trecho de uma cantiga de roda que  cantávamos na infância
 vamos ensinar pra malu!só mudei a última palavra. Nem é um hai-kai mesmo, mas é o da Malu!


II

Oitavo mês
Barriga estufa
Malu chuta


Nanda p/ Malu, Nani e Rodrigo ( a família que amo)
obs: pq ontem malu chutou minha mão!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

FIM


Um baú cheio de silêncio.

Nanda

Meu último pulsar por você



Amor é coisa que simplesmente aparece
assim como uma nuvem que vem num lindo dia de céu azul
e passa vagarosamente.
As horas  bem que passa...o amor, esse insiste em vagar nos meus dias, é como um trem
que sempre volta para a estação

O amor
 tem sido doloroso, frio como a chuva
que cai todos os dias aos poucos, o sol vez e outra visita a janela
mas rapidamente a chuva inunda cada pedaço do que habito e do que habita em mim.

Logo vai chegar a primavera, sei, flores se abrem

e vou poder soltar minha dor de amor pelas ruas, no meu
caminhar.
Tenho esperado a primavera assim como a estação espera todos os dias o trem
por que dor de amor pesa demais
eu bem que podia ser passarinho pra soltar essa dor no ar

Mas nasci bicho gente, daqueles que acreditam em amor eterno

e refaz caminhos já feitos, igual a um trem de volta a estação... Valei-me deus!!!
Sou fadada, portanto ao amor sem fim, sofrer sem fim
amar sem fim

O amor que às vezes é primavera outras inverno

tem doído, corrói meus trilhos, estremece minhas veias
mas ai eu clamo, imploro a noite a sua chegada
e adormeço... O outro dia? Ah! O outro dia renasce
assim como o trem que chega vagarosamente na estação e eu sofro de amor novamente
valei-me deus!!!!!


Nanda

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sentimento oceânico é prosa








Nesses dias em que o sol está bem amarelo
nas folhas verdes
em que o azul só tem sentido quando olho para o céu
e o mar teima em se fazer reinar
A lembrança do rio que corre
sob a sombra do tamarindeiro
me toma
e o vejo em todo lugar...

Não sinto mais cheiro de nada
só o rio
Não sinto o vento que vem do mar
só o rio
Não entendo mais o que é o brilho
só o rio
Não reconheço outros peixes
só o rio.

Rio
piaba
pescador
lavadeira
barqueiro
o rio.

Todas as turbulências da vida
se afundam na correnteza
do rio
As incertezas se afogam na correnteza
do rio
Tudo se acalma quando algo se torna só meu
meu rio

Meu é o rio que só brilha nos meus olhos
que trago nos ouvidos com o som das barcas a atravessá-lo
que sufoca o meu nariz
ao desentupí-lo com seu cheiro que lhe é tão peculiar

Já sentiu o cheiro do rio?

Mas não é qualquer rio
que tem o cheiro renitente
não é qualquer rio que te toma
e te coloca numa riosia
esse rio que tem sentido
esse rio que dá sentido
é o rio que corre.

Tá, tudo bem, todo rio corre...

Mas nem todo rio

é Rio Corrente!!!!




                                                  nani    24 de outubro de 2012.
 

domingo, 21 de outubro de 2012

hai-kai da gravidez:



barriga grande
 
pés inchados
 
édipo não é rei, é rainha!
 
                                                                  nani 20 de outubro de 2012.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Para a sua saudade


Mesmo no silêncio
eu farejo a saudade
esse bicho meio gente,
meio sentimento
que insiste em perturbar
o roncar da noite

E não vai embora
mesmo com tantas
cores por ai...e por vir
quem disse que a
saudade não pode
ser colorida?

ela é amarelo, ora!
amarelo ouro,
amarelo é sorriso

saudade é outra coisa
tem cheiro de chuva
molhando a terra
barriga rocando com fome

a velha música tocando
e o pôr do sol que só se vê
da janela do décimo primeiro
andar

saudade é coisa que passa
dá e passa, mas fica, por que
mora ao lado da alegria, e tem como
companhia as coisas “findas”...

Nanda

sábado, 25 de fevereiro de 2012

“Universo em Desencanto”



No tempo do desencanto,
Quanto tempo se tem
Prá viver numa única medida,
se não sabemos
ao menos,
se há algum tempo?

Numa vivência
um encantamento.
Numa chuva,
Numa bar,
Numa ilha...
Nada se sustenta
Nem nos aguenta,
nem o mar.

O barco,
nunca mais foi o mesmo.
Os postos,
nunca mais foram os mesmos
Nós,
já não somos mais os mesmos.

Nós não somos mais os mesmos
Porque no abismo que há
entre o encanto e o desencanto
nos perdemos
e nos encontramos.


Porque o encantamento
Foi uma estrela cadente:
realiza sonhos,
mas seu brilho dura apenas um momento
e isso é tudo que se tem.
                                                                              nani          26/06/07
                           

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Quase Hai-kai da saudade




O urubu plaina no céu

sob as nuvens e entre elas

sinto saudades de você.



                                                                             nani   20/02/03

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Fuga às musas.


Quando as Musas bateram à minha porta
Eu não as deixei entrar.

Covardia ou coragem?
Não sei.

Coragem prá me afastar
Covardia prá me encontrar.

Mas me olhei no espelho
E não vi a mim mesma.

Um fantasma,
um vampiro?
Quem tomou o meu lugar?

Sem saber o que sentir
transformei-me em estátua de sal.

Não pude evitar...
o mal,
a dor...

Não consegui não amar.
Não consegui não sofrer.
Não consegui não viver.
Não consegui não abandonar.

Mas me abandonei do mundo
e sofri.
Me abandonei do mundo
e amei.
Me abandonei do mundo
e vivi.

E quem pode dizer o mesmo?


                                             nani   2007.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dez chamamentos ao amigo



Se te pareço noturna e imperfeita
 
Olha-me de novo. Porque esta noite
 
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
 
E era como se a água
 
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
 
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
 
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
 
Espero
 
Que o teu corpo de água mais fraterno
 
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
 
E mais atento.

                                                    Hilda Hilst.

Pequena invocação à musa. (nani).

sábado, 28 de janeiro de 2012

Do amor

Um amor leve 
transparente ao som do vento


Que pouse em meus braços 
e repouse em colo e descubra sonhos férteis


Um amor calado, carregado de cuidado, 
de finas formas de andar.
Paladar suave, cheiro de flor na primavera


Forte como as rochas do chão, mas que flutue
como as asas dos pássaros...Um amor feito de laços
da potência de dois


Que ande e se lance ao mundo...e que durma tranquilo


nanda.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

rio-kai do hipocondríaco

dor de cabeça

unha encravada:

- acho que vou morrer!


                                        nani 04 de janeiro de 2012.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

quem brilhar?


medo
vergonha
fraqueza

tão triste
é a falta de
destreza

que ao se corromper
o coração,
de pedra,
vira pó.

fraqueza
medo
vergonha
de um brilho
que reflete a si mesmo

medo?
só do sol.
quente
vivo
lindo
e só.

só se pode sentí-lo
ao longe.
nada que lhe toca
lhe apetece:
queima
sobra
vira pó.

será tudo feito de pedra?
será tudo tornado pedra,
pó?

pó...
po...
põe...
poe...
poema.

só no reflexo
de um poema
o pó,
em que tudo foi transformado pelo
sol,
pode tocar
o sol … só.

mas a lua
reflete o sol...
prá ciência

porque na foto,
na arte
e na poesia
brilha majestosa
a dilacerante: lua.

que incólume
permite o brilho
porque permite ser
olhada,
vista
poetizada.

a quem chega
o brilho do sol,
que tanto ofusca a visão?

sabiamente,
disso sabe a ciência,
seu brilho
só pode ser visto,
pelo anteparo que é a lua.

mas a lua é isso:
brilho do sol?

talvez fosse,
se assim fosse contada
e cantada
em verso
rima e prosa...

majestade não
se faz
sob a égide de nenhum rei.

quem é o sol?
sua luz não lhe permite
nem ser visto.

quem a lua?
esta, translúcida
ao nascer.
essa, prateada
lá no alto.
aquela, enorme
quase escarlate ao se por.

e se põe,
porque é força,
maré e vento.
se impõe,
porque é lua.

                                                          nani 11 de janeiro de 2012 (para di-ego).

sábado, 7 de janeiro de 2012

rio-kai da capoeira


pernas pro ar

meninacapoeira.


nani - 20 de dezembro de 2011 (presente de natal para nanda).

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

pre-tenso hai-kai da foto






"Quando o tempo for preciso:
um pula,
o outro fica olhando".    nani 05 de setembro de 2011.


Ps.: perdoem a repetição, mas esse hai-kai (?) foi feito e tinha que ser compartilhado. outra possibilidade para o mesmo momento.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Chuva no Corrente

E o que lava a chuva?

As ruas tortas
os sorrisos fáceis
um dia após o outro

E o que nos lava
nos leva
porque somos 
correntes...




          nanda p/ nani                  19 de novembro de 2011 (resquícios do ano velho).

Chuva no Corrente

O que lava 
a chuva que choveu 
no corrente?

O que leva a chuva?

chuva bonita
é beautiful a chuva,
tão fake quanto
a palavra em outra língua.

O que leva a chuva?
o que lava a chuva
do corrente?

Quem a chuva que
se escreve em vermelho
e não da cor da água?


               nani  p/ nanda            19 de novembro de 2011 (resquícios do ano velho).

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Rio-kai do Corrente



Rio Corrente
Corre
Tcibum!

purki                  19 de novembro de 2011 (mais um "resquícios do ano velho")

Rio-kai da chuva no Corrente - dois






Rio Corrente
Chuva que cai
Desce a noite.

nanda 19 de novembro de 2011 (resquícios do ano velho - dois)

Rio-kai da chuva no Corrente






Barulho de água
Cai uns pingos
Terra molhada.


nani   10 de novembro de 2011 (resquícios do ano velho)