domingo, 6 de março de 2011

Acédia.

Não espero nada dos outros, tampouco de mim,
Não pedi para nascer, e vou ter um fim,
Solilóquios comigo mesmo, como um Anarca,
Ó viver, tarefa árdua...como uma eterna ressaca.


Na trilha de Jünger, Mäinlander e Cioran,
Conviver, dialogar... tornou-se um vazio afã,
Tento louvar a vida, mas a vida não se afirma,
O Nada se esparrama, de baixo a cima.


Sigo meus passos, pleno de vazio,
A acédia perpassa-me, como um rio,
Espraiando-se em um desejo de nada desejar...

Marcelo Primo

Projetos de vida cheiram a non-sense,
Abdico, já que nada a mim pertence,
Como um lobo da estepe, só me resta vagar...

Um comentário:

  1. Poema do meu amigo Marcelo Primo. Uma mistura de beat com soneto.
    Muito peculiar.
    nani

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