terça-feira, 7 de dezembro de 2010

para uma fé

eu só podia ser aquela árvore ali,
bem perto do céu de um dia claro,
onde orvalhavam mangas as mangueiras...

eu a era, entre as sombras de um lar,
eu a queria ser, naquela sombra orvalhada.
aroma difuso e que nos confunde rio e mar.

terra e água somavam minhas tranças,
muitas vezes secas, em óleos aromáticos,
também confusas e imprecisas,

como a água que arde,
como o vento que empoeira,
e o frio, que muito seco,
e o calor, que muito seco.

mas era enfim a árvore no meio do lar,
em seu centro aromavam as mangas,
e o sabor da tarde de ser eu.  

raposo.

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